sábado, 28 de maio de 2011

Estudo mostra que em mais da metade das escolas estaduais na região da Capital faltam itens básicos

Em 58% das 113 unidades de ensino pesquisadas faltam materiais de higiene e limpeza

Marjorie Basso | marjorie.basso@diario.com.br

Falta de segurança, acessibilidade, material de limpeza e até falta de lápis, livros e cadernos. Esse é o diagnóstico alarmante da situação nas unidades da rede estadual de ensino em 13 cidades da Grande Florianópolis. O levantamento, que mostra que em 54% das escolas da região não há material escolar para todos os alunos, foi divulgado nesta sexta-feira pela Secretaria de Desenvolvimento Regional.

A pesquisa, encomendada pelo secretário regional Renato Hinnig, mostra a realidade nas 113 escolas regulares da região metropolitana de Santa Catarina. Para isso, foram ouvidos funcionários das unidades.

Em 71% das escolas pesquisadas não há material de expediente suficiente e em 58% os materiais de higiene e limpeza são insuficientes. Esses para o secretário, são problemas de gestão, que devem ser resolvidos a curto prazo.

— Hoje (nesta sexta-feira) nós já iniciamos uma reunião com os gestores da educação e até 6 de junho eles vão apresentar propostas para solucionar os problemas detectados — garante.

A falta de acessibilidade a deficientes físicos, apontada em 68% das unidades de ensino, também deve ser priorizada, bem como pequenos consertos. Em relação à infraestrutura (conforme o estudo 63% das escolas precisam de reforma geral) os investimentos devem demorar um pouco mais, pois dependem de verba do governo estadual.

Para o pedagogo e escritor da área de educação Hamilton Werneck a maior parte dos problemas na educação não são relativos à falta de verba, mas sim situações que uma "boa gerência" poderia sanar.

— Sempre que se tem mudança de governo há um período de adaptação. Enquanto as gerências não conseguem dominar completamente todo o processo podem ocorrer faltas — explica.

Werneck salienta, ainda, que falta de materiais e estrutura dificultam o processo de aprendizagem. Um estudante que não tem livro apenas ouve a aula e não poderá fazer exercícios de fixação, por exemplo.

Ideb em 1,6 ponto abaixo do considerado ideal
Outro ponto insatisfatório no levantamento é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Nos 13 municípios que compõem a Secretaria de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis, a média do Ideb é 4,4, enquanto o ideal estipulado pelo Ministério da Educação é 6. O Ideb de Santa Catarina é 4,2.

O professor Werneck entende que devido ao perfil cultural e de desenvolvimento de Santa Catarina em relação a outros estados brasileiros o Ideb poderia ser maior. Uma das hipóteses que ele levanta para isso é a forte migração, que pode dificultar o completo entendimento da língua portuguesa, aliada à falta de leitura, bastante exigida na prova do Ideb.
Confira alguns dados da pesquisa:
• Em 54% das escolas nem todos os alunos incluídos no Programa de Transporte Escolar têm transporte garantido
• Em 54% das escolas nem todos os alunos incluídos no Programa de Transporte Escolar têm transporte garantido
• 53% das unidades não atendem critérios de higiene
• 59% dos ambientes não atendem critérios básicos de segurança
• Em 71% delas o material de expediente é insuficiente
• 63% necessitam de reforma geral
• 68% das escolas não atendem os critérios básicos de acessibilidade
• 58% não têm material suficiente de limpeza e higiene
* Foram avaliadas as escolas estaduais de Águas Mornas, Angelina, Anitápolis, Antonio Carlos, Biguaçu, Florianópolis, Governador Celso Ramos, Palhoça, Rancho Queimado, Santo Amaro da Imperatriz, São Bonifácio, São Pedro de Alcântara e São José, que somam 113 unidades de ensino

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